segunda-feira, 6 de abril de 2009

Márcio Moreira Alves (1936-2009)


Márcio Moreira Alves (Rio de Janeiro, 14 de julho de 1936 - Rio de Janeiro, 3 de abril de 2009foi um jornalista e político brasileiro, filho do ex-prefeito de Petrópolis Márcio Honorato Moreira Alves. Sua família era proprietária do celebrado Hotel Ambassador, no Rio de Janeiro, onde funcionou o Juca's Bar, ponto de encontro de intelectuais e políticos na década de 1960.


Marcito, como era conhecido, participou em 1965 de uma manifestação promovida por intelectuais e estudantes no Rio de Janeiro em frente ao Hotel Glória, onde se reunia o Conselho da Organização dos Estados Americanos, a OEA. Esta entidade vinha servindo praticamente para facilitar o controle dos governos latino-americanos pelo governo norte-americano. Neste dia, estaria presente para a abertura da reunião o marechal Humberto Castello Branco, presidente imposto pelo golpe militar. Houve a manifestação e a polícia política prendeu várias personalidades. Márcio Moreira Alves não havia sido preso, mas logo correu atrás da kombi da polícia e exigiu seguir junto de seus companheiros de protesto e idéias.


É lembrado como o provocador do
AI-5, ao proferir no início de setembro de 1968, como deputado, um discurso no Congresso Nacional em que convocava um boicote às paradas militares de celebração à Semana da Pátriae solicitava às jovens brasileiras que não namorassem oficiais do Exército; em função deste discurso, o Ministro da Justiça à época enviou à Câmara de Deputados pedido de autorização para que o deputado Márcio Moreira Alves fosse processado. Assim dizia a Constituição, mesmo com todas as limitações: era preciso obter o consentimento da Câmara de Deputados para processar um membro seu. A crise foi se aguçando e por fim em 11 de dezembro de 1968 os deputados votaram o pedido, recusando-o. Foi um momento emocionante, em que todo o plenário da Câmara, após a conclusão da votação, levantou-se e cantaram todos o hino nacional. Em represália, o governo determinou o fechamento (recesso) da Câmara e os deputados tiveram que se retirar atravessando uma ameaçadora e humilhante fileira de soldados. Márcio Moreira Alves estava obviamente "jurado de morte" e teve que rapidamente exilar-se.

Carreira política
Márcio Moreira Alves era jornalista e foi eleito
deputado federal pelo antigo Estado da Guanabara, pelo MDB. Inicialmente apoiou o movimento militar de 1964, porém, ao acontecer o AI-1, ele tornou-se opositor do regime.

Carreira como jornalista
Márcio teve seu primeiro emprego aos 17 anos, no
Correio da Manhã. Por esse jornal foi correspondente de guerra durante a Guerra de Suez, entre Inglaterra e Egito, que resultou na nacionalização do Canal de Suez. Ultimamente, era colunista no jornal O Globo.

O corpo do jornalista e ex-deputado federal Marcio Moreira Alves foi cremado, no Cemitério do Caju, por volta das 15h de sábado (4/04).

O velório aconteceu durante a manhã na sede da Alerj, a Assembleia Legislativa do Rio, no Centro da cidade, com a presença de dezenas de parentes, amigos e políticos.

Antes que o corpo deixasse o palácio, Frei Betto prestou uma homenagem emocionada ao amigo.

O governo do Rio decretou três dias de luto oficial em respeito à morte de Moreira Alves. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também anunciou luto no município a partir de segunda-feira (6/04).


Familiares e amigos chegam ao local para prestar homenagem a Moreira Alves, que morreu, aos 72 anos, no fim da tarde de sexta-feira (3), no Hospital Samaritano, de falência múltipla de órgãos.

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